quinta-feira, agosto 31, 2006

O "Cantinho" da memória (1) - Simplicidade e Liberdade [1990]



Alguém se lembra?
O mesmo lanche (aparentemente) sem ananases nem buganvílias (ou outras plantas trepadeiras que nos entrem involuntariamente pela televisão)...
Estas sim verdadeiras "HISTÓRIAS" de encantar!

terça-feira, agosto 29, 2006

Setúbal Vila Morena…


Afinal é o partido quem mais ordena!!!
Mesmo sem concordar nem ter sido auscultado pelo partido, o ex-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carlos de Sousa (militante do Partido Comunista Português a quem deve total e incondicional obediência) foi obrigado a demitir-se. É caso para dizer que em Portugal, aparentemente, a democracia chateia e não é levada a sério.
Pior, o Povo nem ordena nem sequer vê a sua vontade respeitada…

segunda-feira, agosto 28, 2006

Os “Males” Portugueses (1) – Pobreza e Exclusão



A exclusão social e económica é cada vez mais, nas actuais sociedades democráticas e industrializadas, um problema crescente com solução ainda distante.
As políticas de protecção social em Portugal, apesar de em certa medida incipientes e, de certa forma, contraditórias entre si, são um instrumento importante para a salvaguarda dos direitos de cidadania dos indivíduos e para a coesão social.
Actualmente, é discutida regularmente a eficácia das políticas sociais em Portugal. Em larga escala se defende que para combater a exclusão social e a pobreza, principalmente em casos extremos e multi-problemáticos, é necessário não só conhecer o número de pessoas abrangidas, mas também a diversidade de situações em que estas se encontram. No fundo, estudar este tipo de fenómenos significa entender como a sociedade produz os seus excluídos.
Estes fenómenos devem ser entendidos como estruturais e não de cariz individual, onde os percursos de inserção exigem o accionamento de mecanismos no âmbito de duas dimensões específicas:
- Mecanismos de “Auto-inserção”, ou seja, todos aqueles que podem ser efectivados pelo próprio excluído e que este tem capacidade e autonomia para mobilizar;
- Mecanismo de “Hetero-inserção”, ou seja, os meios que a sociedade como um todo (eventualmente o Estado como superior garante do “Bem-estar”) pode disponibilizar para inserir os seus excluídos;
Da segunda dimensão da inclusão, podemos retirar que a sociedade ou, em última instância, o Estado e a Sociedade Civil Organizada se devem responsabilizar pela inclusão dos “excluídos” por duas ordens de razão distintas:
- Em primeiro lugar porque a sociedade é capaz de gerar exclusão, designadamente social. Os costumes, tradições e regras (mesmo que informais) de um país, região ou sociedade podem colidir ou diferir daqueles que identificam pequenos grupos ou minorias, provocando a sua exclusão;
- Em segundo lugar porque numa economia globalizada e interdependente, a exclusão é fruto do próprio mecanismo de mercado. As falhas existentes ao nível da informação e do seu próprio funcionamento geram mecanismos fortíssimos potenciadores deste tipo de fenómenos.
Mas, estará a sociedade civil a fazer o que lhe compete? Será que o Estado tem reconhecido convenientemente a sociedade civil organizada como parceiro social efectivo na implementação de políticas públicas, designadamente políticas activas de emprego ou políticas sociais? Será que o Estado, sozinho, consegue dar uma resposta eficaz e accionar (ou fazer com que todos accionem) os mecanismos existentes ou, por outra, gosta de ser paternalista (qual “Pai” gordo e acomodado)? A resposta a estas três perguntas é claramente não.
Nota: Os conceitos de pobreza e exclusão social são frequentemente utilizados como sinónimos. No entanto, correspondem a dois conceitos claramente distintos. O conceito de pobreza é geralmente associado à falta de meios (predominantemente monetários) considerados necessários para a satisfação das necessidades mínimas. O conceito de exclusão social refere-se à não existência ou à existência em nível insuficiente de integração numa determinada sociedade.

Tribunal Administrativo de Lisboa e a mentira no futebol…

"Futebol de Brincadeira"

Sou obrigado a discordar com o despacho emitido pelo Tribunal Administrativo de Lisboa a propósito de uma providência cautelar interposta pelo Gil Vicente acerca do já tão badalado “Caso Mateus”.
Senão vejamos: O Gil Vicente, clube de Barcelos (terra do Galo, mas apesar de tudo um clube do Norte, Carago!), não fez mais do que passar uma época futebolística inteira a cometer erros, ser alvo de chacota e anedotas em alguns dos mais conceituados jornais desportivos e, como se não bastasse, ainda se colocou a jeito de um clube que passou a época transacta a “arrastar-se” na 1ª liga de futebol (de facto, não poderíamos esperar mais de um clube de Lisboa habituado a viver do “sistema”…).
Assim, eis os meus principais argumentos para a efectivação da descida do Gil Vicente:
1 – O clube contratou, em Dezembro, um “contínuo” (ou porteiro, ninguém tem bem a certeza…) do Felgueiras como jogador de futebol que, entretanto, ainda foi fazer uma “perninha” no Lixa;
2 – Este mesmo jogador (perdão, porteiro, sejamos rigorosos pois é a categoria profissional que lhe foi atribuída no Lixa e pela qual auferia o farto ordenado de €300) deixou de envergar (oficialmente) a camisola do clube depois de estalar a celeuma. Ora, nesta altura o Gil Vicente tinha 27 pontos e o Belenenses 34. O último acabou o campeonato com 39 e o primeiro com 40;
3 – Confiar na celeridade da Federação Portuguesa de Futebol para a emissão de um parecer técnico é um “tropeção” incompreensível nos dias que correm (ainda para mais sabendo que o Benfica tinha sido perdoado num caso parecido – Ricardo Rocha mal inscrito – e que dificilmente se iria solidarizar com o clube gilista, dispersando as atenções para um suposto, vitimizante e mal esclarecido, “Caso Mantorras”);
4 – A agravar toda esta situação, e provocando ainda mais o sistema instalado no futebol, o seu presidente resolveu exercer um direito constitucional (Como é possível?!?!?!). Temos de concordar que num país onde a democracia e o Estado de direito são recentes, se torna difícil alguém compactuar com uma atitude deste tipo (realmente…);
5 – Finalmente, e porque conta para o ranking da palhaçada, o Belenenses tem, sem margem para dúvida, um presidente com um maior grau de “comicidade”, bem patente nas suas mais recentes e anedóticas afirmações “Foi uma época complicada. Ninguém acreditava que a combinação de resultados que se verificou pudesse acontecer. O Belenenses merece estar na I Liga, bla, bla, bla, bla, bla, bla”. Enfim, aspecto importantíssimo para a manutenção tendo em conta os que já constam da lista de dirigentes da 1ª liga portuguesa.
Agora, digam-me de vossa justiça: Será que um clube que contrata um porteiro (ou contínuo, confesso que continuo baralhado) para jogador de futebol e que sem ele no plantel consegue a permanência desportiva na 1ª liga, que confia “cegamente” na celeridade e isenção de um organismo desportivo português do “sistema” e com um presidente sem o mínimo sentido de humor merece manter-se na 1ª liga Portuguesa de futebol? Sinceramente, parece-me que não… e ainda acrescento mais, é por estas e por outras que a justiça em Portugal está como está: Uma lástima!

sexta-feira, agosto 25, 2006

Porque (ainda)… (1)



... existe quem não saiba que 2005 foi considerado o ano internacional do Microcrédito e porque (ainda) existe quem não tenha a oportunidade de construir uma vida melhor.
A iniciativa do Microcrédito nasceu com a criação do “Grameen Bank” pelo Professor Muhammad Yunus no Bangladesh. Na sua origem esteve o ideal segundo o qual o crédito constitui um direito fundamental do homem capaz de capacitar indivíduos com os meios suficientes para que estes se tornem autónomos através da criação do seu próprio emprego. Yunus acredita no homem como um ser empreendedor por natureza e associa a pobreza à inexistência das mesmas oportunidades para que todos indivíduos sejam capazes de explorar as suas próprias potencialidades.
Em Portugal esta experiência surge inspirada no sucesso do “Grameen Bank”. O Microcrédito é um empréstimo bancário de iniciativa privada até €5000[1], reembolsável em 36 prestações mensais. Destina-se exclusivamente a pessoas que queiram criar o seu próprio negócio, mas que não tenham acesso ao crédito bancário pela via “normal”, sobretudo, por falta de garantias reais[2]. A Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) é a organização[3] que, em Portugal, serve de intermediária entre quem pede o empréstimo e a banca. A sua função é analisar e filtrar os pedidos que chegam às instituições financeiras. É um trabalho válido, reconhecido pelo Estado português, que merece o nosso aplauso e que deve ser apoiado pela sociedade civil.
Nas palavras de Yunus: “Os pobres são apenas pessoas bonsai. Tal como árvores se forem colocadas em pequenos vasos sem espaço para crescer nunca ultrapassarão determinado tamanho” (Muhammad Yunus)
[1] Montantes muito baixos e pouco eficientes para que as instituições financeiras os aprovem via crédito “normal”
[2] Por norma, estão em situação de desemprego e são beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI)
[3] Organização Privada Sem Fins Lucrativos (OSFL)

quarta-feira, agosto 23, 2006

"Osso Duro de Roer"


A partir de hoje existe mais um espaço na “blogosfera”. Confesso que há muito me assistia a ideia de criar a minha própria "quinta" cibernáutica, onde pudesse partilhar e comentar resistências, relutâncias, economicisses, politiquices e parvoíces.
Não quero com isto dizer que o objectivo seja criar “mais” um blog. Pelo contrário. É por essa razão que me proponho limitar o seu “raio de acção”, entremeando assuntos sérios com outros mais casuísticos. Espero que gostem porque acreditem, vai, com certeza, dar-me prazer. Vamos, por isso, ter aqui um “osso duro de roer”…