segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Diz que sim!


A maioria abstém-se, a minoria diz que sim, o referendo é banalizado e o governo até ganha.

Alguma oposição recusa-se a aceitar os resultados, o "sim" faz a festa e o "não" chora e agoira o futuro.

A democracia aparenta algum amadurecimento e as MULHERES tornam-se efectiva e definitivamente (esperemos nós) ganhadoras de uma causa, de um acréscimo de responsabilidade e da igualdade de oportunidades e tratamento que há tanto se exigia.

O País, esse continua na mesma…

1 Comments:

At 11:55 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Antes de mais, quero dar os parabéns ao Sr. Pelicano por um excelente blog, mostrando que ainda há, neste país, quem queira ter algum tipo de salutar participação cívica.

Então, como defensor do "Não" no referendo do passado dia 11, remeto ao Sr. algumas questões às quais espero que, como partidário do "Sim", possa responder:

1- Seguirá Portugal o exemplo de tantos países, que ao liberalizarem o aborto, verificaram um aumento dramático no número de abortos realizados anualmente?

2- É realmente possível esperar que o aborto seja encarado como, com efeito, um último recurso, ao qual se recorre apenas em situações absolutamente extraordinárias? Ou será que o aborto se vai tornar, como é minha convicção, mais um método contraceptivo?

3- Terá o SNS capacidade para lidar com mais esta exigência a nível de capital e recursos humanos?

4- Irão as listas de espera, já existentes para as restantes intervenções cirúrgicas, sofrer com os abortos que, como se sabe, têm que ser realizados tempestivamente?

5- Quais os direitos do pai biológico que queira, não obstante a oposição da "mãe", ficar com a criança?

6- Que tipo de "aconselhamento" podemos esperar? Se para uma simples consulta há quem espere anos, qual a capacidade do SNS de, em tempo útil, proporcionar um aconselhamento que possa, efectivamente, esclarecer, e quem sabe alterar, a opinião de uma mulher que queira abortar?

7- Quais os direitos das mulheres que queiram abortar, mas já pela 2ª ou 3ª vez?

8- Quais os direitos da "mulher" menor de idade? Qual a influência dos detentores do poder paternal sobre a decisão desta?

9- Estarão os cidadãos, em termos de responsabilização individual, com a sua consciência como único juíz das suas acções, prontos para gerirem este poder que lhes é, agora, legalmente garantido?

Bem sei (ou assim o espero) que muitas destas questões terão que ser resolvidas pelo legislador. No entanto, se me pudesse dar a sua visão pessoal sobre estes temas que lhe ofereço, ficar-lhe-ia muito agradecido, e com certeza mais esclarecido, depois de uma votação que, na minha óptica, abriu uma caixa de Pandora cujas consequências temo não terem sido devidamente previstas.

Atenciosamente,
R

 

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